Filha e mãe unidas, em casa e no trabalho

13 min | 18/01/2021 | Matéria

Filha e mãe unidas, em casa e no trabalho

Personagem ELO, Cleide França conta como a força do amor materno ajudou a moldar a mulher e a profissional que é hoje

Cleide Vieira França aprendeu desde cedo a força do amor de mãe. Dona Roquelina, hoje com 61 anos, se mostrou uma guerreira para proteger os filhos na infância. O tempo passou e a filha adota a mesma criação amorosa com o filho Calebe, de 7 anos.

Mas a relação entre mãe e filha não floresceu apenas em casa. Extrapolou os limites domésticos e se expandiu quando as duas foram colegas de trabalho na Sotreq. Conheça um pouco da história da baiana, que nasceu em 21 de outubro, em Salvador, onde se formou em administração de empresas e desenvolve seu talento com os números e com as pessoas na função de Analista de Crédito e Cobrança Júnior.

ELO – Como e quando foi o seu ingresso no Grupo Sotreq? Conte sobre a sua trajetória na empresa desde então.

Cleide França – Entrei como jovem aprendiz, aos 22 anos, em 2009. Na época, ainda éramos Marcosa. Posteriormente fui contratada e exerci diversas atividades, como Auxiliar Administrativo - Caixa, Auxiliar de Contas a pagar, Auxiliar Fiscal e Auxiliar de Contas a Receber. A Sotreq chegou como um divisor de águas em novembro de 2012, adquirindo a antiga empresa. Em 2015, recebi o convite para integrar o time Financeiro Holding, com atuação voltada para o crédito. Desde então, passei de Auxiliar Financeiro para Analista de Crédito e Cobrança Jr.

ELO – Qual é a sua formação, onde foi e por que escolheu essa profissão?

Cleide França – Sou bacharel em administração de empresas pela UNIJORGE, de Salvador, e atualmente estou concluindo um MBA em gerenciamento de projetos pela UNINASSAU, também na capital baiana. Eu acredito que fui escolhida (risos). Sempre acreditei que tinha duas mãos esquerdas, ou seja, não tinha uma profissão que se encaixasse para mim. Quando li sobre ADM, descobri que era isso que queria fazer, aprender um pouco de tudo.

ELO – Descreva, por favor, suas atividades no dia a dia do trabalho.

Cleide França – Atualmente, atuo junto à equipe financeira holding, com o processo de análise de crédito. Nossa atividade é dar suporte para os times em diversas áreas. Iniciamos com o atendimento de chamados, tirando dúvidas sobre documentações e processos. Atendemos as operações de editais e contratos que necessitam de uma análise financeira. Além disso, temos os ajustes de dados financeiros em cadastros que precisam estar em dia para as necessidades eventuais de cobrança.

ELO – O cargo que você ocupa atualmente na empresa te desafia? Qual é a melhor parte desta função?

Cleide França – O desafio é diário. Vou ser sincera, nunca acreditei que encontraria a “peça” do meu quebra-cabeça. Eu estava sempre mudando de atividades e alinhando isso com minha gestão, então, fui desde caixa a auxiliar fiscal. Agradeço muito pela confiança que me foi dada, e quando surgiu a oportunidade de integrar o contas a receber, eu realmente me encantei. Trabalhar com pessoas e juntar isso com os números não é fácil, então, temos um desafio diferente todos os dias. E é apaixonante. Utilizamos os números, o conhecimento de mercado, as fontes de informações internas (consultores, representantes e gestores) para conseguir cumprir nosso objetivo de trazer negócios sustentáveis e sermos apoiadores de nossos clientes, e isso faz essa função ser a melhor.

ELO – Você passou por dificuldades na infância e contou com a força da sua mãe para superar. Poderia nos contar o que aconteceu e como vocês superaram os problemas?

Cleide França – Então, vim de um lar com abusos físicos e psicológicos. Minha família é grande. Éramos cinco filhos, e minha mãe sempre estava em constante busca de ajuda para conseguir sair daquela vivência. Não tivemos muito apoio ao longo desse tempo, era a cultura do: “briga de marido e mulher ninguém mete a colher”, o que é um erro e hoje estamos aqui para dizer isso. Deus deu muita inteligência emocional à minha mãe. Ela criou um cenário de fuga e fingimos que iríamos ao médico para meu pai não saber, porém, naquele momento estávamos indo morar em um abrigo onde vivem mulheres que sofrem agressões de seus cônjuges. Foi difícil largar escola, amigos, parentes e sonhos, entretanto, foi o melhor acontecimento de nossas vidas. Aprendemos a nos reconstruir e minha mãe é o centro disso tudo, nos ensinando a ser amorosos, a valorizar mais a vida e tudo o que vem com ela. Hoje, convivemos com nosso pai, e estamos sempre tentando conscientizá-lo sobre os vícios e os impactos que eles trazem à vida, juntamente com as perdas. Acho que estamos indo pelo caminho certo!

ELO – E como foi trabalhar ao lado da sua mãe na Sotreq?

Cleide França – Sensacional. Minhas irmãs e eu somos apaixonadíssimas por ela. E eu tive essa sorte grande de tê-la por perto, acompanhando até mesmo minha gestação, já que, trabalhamos juntas por um longo período. Tê-la na hora do almoço me enchendo de carinho e de atenção, além de poder estar perto todo o dia, realmente foi um presente de Deus e da Sotreq para mim.

ELO – Quais as maiores lições que aprendeu com a sua mãe?

Cleide França – Acredito que a maior de todas é nunca pensar que o novo será ruim. Ela foi abandonada pela mãe quando era um bebê, viveu uma vida complicada com a madrasta e depois com o ex-marido. Poderia ser alguém desacreditado e ela não é. Costumo dizer que ela se reconstrói com um sorriso no rosto e eu quero isso para mim. A outra seria ter fé, sempre precisamos acreditar que a vida tem um propósito e ele será entendido mais lá na frente.

ELO – Na sua opinião, o que é necessário para ser um excelente profissional?

Cleide França – Vou usar um clichê e dizer que é amar o que faz. Não vejo alguém tendo os melhores cursos, falando todas as línguas e odiando o que faz. Acredito que você precisa ser bom para você primeiro, então será muito bom para os outros.

ELO – O que inspira o seu trabalho?

Cleide França – As pessoas. É fantástico a diferença entre elas e como você precisa se recriar para viver com pessoas totalmente diferentes de você.

ELO – Quais foram os maiores desafios e as maiores realizações que você viveu na empresa?

Cleide França – Meu primeiro treinamento na filial de Contagem/MG, foi um dos desafios mais intensos. Eu fiquei dias preocupada com a abordagem, com a linguagem, a recepção dos temas. Fui, no avião, imaginando mil cenários (risos). Eu agradeço muito a Deus pela experiência e aos meus gestores que estavam lá para me dar suporte. Uma realização que trago com muito respeito no meu coração, foi quando nosso gerente regional no Nordeste fez uma ação de valorização em nosso refeitório e disse que me daria o “Oscar” por todo o compromisso e apoio que forneço. Foi muito especial ouvir aquilo, de verdade.

ELO – Poderia compartilhar uma das muitas histórias marcantes que viveu nesses anos de trabalho na Sotreq?

Cleide França – Eu poderia contar várias coisas que aconteceram, mas a experiência com o voluntariado foi algo realmente especial. Tivemos a oportunidade de fazer um desafio, estilo gincana, junto a CIPA em nossa filial de Salvador, em 2018, e contamos com todos os colaboradores internos, funcionários afastados, ex-funcionários, vizinhos e comunidade próxima e terceirizados. Fiz um post sobre esse dia no meu perfil nas redes sociais de tão bonito que foi viver esse momento. O RH local conseguiu várias instituições para serem beneficiadas e saímos com a sensação de termos minimizado o máximo possível a dor e a necessidade de outros.

ELO – Como você se vê na empresa nos próximos anos?

Cleide França – Recebi alguns desafios no último feedback. Tenho sonhos de poder apoiar o aprendizado das pessoas e quero poder materializar isso. Não tenho o desenho ainda, mas eu desejo muito me ver realizando esses planos.

ELO – Qual é o lugar mais interessante que você conheceu e qual ainda pretende conhecer?

Cleide França – A Sotreq me deu o privilégio de conhecer muitos lugares e despertou em mim o interesse pelas viagens. Meu coração é mineiro, me encantei pela região e pelas pessoas. Ainda pretendo conhecer muito a Bahia onde moro. Participei de alguns acampamentos e as regiões no interior são maravilhosas, então, vou ficar por aqui ainda por um tempo.

ELO – Como é sua vida fora do trabalho? Quais são os seus hobbies e passatempos prediletos?

Cleide França – Sou mãe, então a vida é corrida (risos). Eu amo trabalhar com reutilização de materiais, então, gosto muito de criar alguma coisa envolvendo isso. Sou a louca dos livros e qualquer tempinho que tenho estarei lá, lendo um, e para completar consigo encaixar alguns filmes na minha rotina.

ELO – Poderia indicar alguns livros?

Cleide França – Claro: O Colecionador de lágrimas – Augusto Cury; A mulher do viajante do tempo – Audrey Niffenegger; Help! Me eduque – Rossandro Klinjey e a biografia de Steve Jobs, de Walter Isaacson. Eu leio de tudo, então, registrei os últimos que li, e destes, o Colecionador de Lágrimas se tornou o favorito no momento.

ELO – E filmes? Cite alguns dos seus favoritos. Gosta de séries?

Cleide França – Não suporto séries. Gente, eu gosto que tenha final (risos). Um filme muito bacana que vi foi Sementes Podres, ele é simples, mas traz uma mensagem muito bonita. Hoje estou revendo o filme Mais que Vencedores, e super recomendo.

ELO – Que tipo de música, cantor/cantora ou banda mais gosta?

Cleide França – Minhas músicas favoritas são as que me fazem refletir sobre algo. Ouço músicas gospel, do Grupo Relato Bíblico até Aline Barros/ Cassine/ Fernanda Brum. Acho que não é o cantor, mas a mensagem que a voz dele transmite, gosto de todos.

ELO – O mundo seria melhor se...

Cleide França – Eu alteraria para: O mundo será melhor se... Deus for seu melhor amigo, a solidão não lhe trouxer dor, e as perdas e conquistas estiverem cravadas na sua vida como: vai passar.

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