3 min | 31/03/2025 | Matéria
Mulheres que trilham seu próprio caminho com muita força e determinação.
O setor de equipamentos pesados no Brasil vive um momento de grande transformação. Com o crescimento das obras de infraestrutura, mineração e agronegócio, a demanda por operadores qualificados nunca esteve tão alta. E um movimento cada vez mais evidente tem sido a presença feminina nesse cenário, ocupando cargos que, historicamente, eram predominantemente masculinos.
As mulheres vêm conquistando espaço não apenas pela força de vontade, mas também pela competência técnica, comprometimento e habilidade de operação. Seja em escavadeiras, carregadeiras ou caminhões de grande porte, elas provam diariamente que são capazes de encarar desafios, operar com precisão e eficiência e contribuir para o avanço do setor.
Neste episódio do "Desafio do Operador", em homenagem ao Mês da Mulher, reunimos histórias de operadoras que estão fazendo a diferença. Suas trajetórias refletem não apenas a evolução do mercado, mas também o impacto positivo da diversidade e inclusão. Elas inspiram outras mulheres a acreditarem no próprio potencial e reforçam a importância de um setor mais igualitário.
Vamos conhecer essas histórias e entender como a paixão pela operação tem movido essas profissionais – e o Brasil.
Natural de Montes Claros, Minas Gerais, Jéssica começou sua trajetória de uma forma inesperada. Seu primeiro contato com máquinas foi em um ferro-velho, onde trabalhava separando materiais recicláveis. Ali, observava atentamente a escavadeira em ação, até que, em um dia de necessidade, tomou coragem e se ofereceu para operar a máquina. Foi um sucesso. A partir desse momento, sua trajetória no setor começou.
Ainda assim, o caminho não foi fácil. Em sua cidade natal, portas se fecharam simplesmente pelo fato de ela ser mulher. Sem desanimar, decidiu buscar oportunidades fora, e foi em Araxá que conquistou a experiência necessária para voltar mais forte.
Com talento, dedicação e paixão pelo que faz, Jéssica se tornou referência. Tanto que, anos depois, a empresa onde fez seu curso a convidou para ser instrutora. Hoje, é a única mulher a ocupar essa posição na região. Seu exemplo tem atraído cada vez mais mulheres para o setor, e o reconhecimento veio até mesmo de seus chefes, que afirmam ver uma diferença no cuidado e na qualidade do serviço prestado por operadoras.
Além de operar máquinas com maestria, Jéssica precisou provar, inúmeras vezes, que seu conhecimento técnico era válido. Em uma situação desafiadora, avisou a um cliente que a máquina não conseguiria atravessar um córrego sem afundar. O aviso foi ignorado. Um operador foi chamado e, como previsto, a máquina afundou. Quem conseguiu retirá-la? Jéssica.
Acompanhe mais um pouco da história da Jessica_da_terraplanagem🚜 (@jessica_da_terraplanagem) • Fotos e vídeos do Instagram
Se há algo que define Priscila, além da habilidade em operar uma motoniveladora, é sua autenticidade e paixão pela profissão. Diferente da maioria, que entrou no setor por influência familiar ou oportunidade ocasional, Priscila foi além: tornou-se uma referência tanto no trabalho quanto nas redes sociais.
Sua trajetória no setor de máquinas pesadas não foi fácil. Como muitas mulheres, enfrentou resistência no início da carreira. Mas o que poderia ser um obstáculo virou motivação. Ela sabia que precisava provar sua competência em dobro. "A gente está em uma área que, por muito tempo, não foi vista como nossa, mas estamos mudando isso. E eu tenho muito orgulho de ser operadora", destaca.
Além da rotina desafiadora nas obras, Priscila encontrou um novo jeito de conectar-se com outras mulheres que sonham em entrar para o setor: as redes sociais. Com vídeos no TikTok e Instagram, ela compartilha o dia a dia da profissão, as dificuldades e as vitórias, mostrando que o mundo das máquinas pesadas tem espaço para todas. "Cada vez mais mulheres estão buscando essa área. Se eu puder incentivar alguém a dar o primeiro passo, já vale a pena", comenta.
Mas sua trajetória vai além. Depois de passar por diversas empresas, Priscila conseguiu um dos seus maiores objetivos: adquirir sua própria motoniveladora e se tornar autônoma. Hoje, ela fecha contratos e leva seu próprio equipamento para as obras, garantindo mais independência e credibilidade no setor. "Ter minha máquina foi um divisor de águas. Dá mais segurança no trabalho e me permite crescer ainda mais", explica. Além disso, por conhecer a fundo seu equipamento, também cuida da manutenção, um diferencial que reforça sua experiência e dedicação.
A presença de operadoras como Priscila nas redes sociais ajuda a desconstruir estereótipos e a encorajar outras mulheres. Seu alcance mostra que a mudança já está acontecendo, e que o mercado está se tornando mais inclusivo. Muitas mulheres a procuram para pedir dicas sobre cursos, carreira e até sobre a parte técnica das máquinas. Seu impacto já ajudou diversas operadoras a darem os primeiros passos, e ela não pretende parar por aí. "O mais gratificante é quando alguém me diz que entrou na área porque viu meus vídeos. Isso não tem preço", afirma.
Seja na operação, nas redes sociais ou inspirando mulheres a conquistarem seus espaços, Priscila é a prova de que o futuro do setor será cada vez mais diversos – e que as mulheres vieram para ficar.
Acompanhe um pouco mais da história da Priscila Pri | Operadora de Máquinas (@priscilapatroleira) • Fotos e vídeos do Instagram
A trajetória de Olívia no setor de máquinas pesadas é um reflexo de sua determinação em superar desafios e buscar o novo. Natural de Tauá, Ceará, ela começou sua vida profissional longe das máquinas, trabalhando por quase nove anos em um supermercado. Mas seu destino mudou quando decidiu se tornar operadora de retroescavadeira, inspirada pelo marido, que já trabalhava na área. "Ele não acreditava muito que eu seguiria o mesmo caminho que ele, mas eu fui lá, fiz meu curso, tirei minha habilitação e fui atrás do meu espaço", conta.
Hoje, Olívia trabalha na Construtora SB e opera diversos equipamentos. Sua evolução profissional foi tão marcante que a empresa passou a incentivar a entrada de mais mulheres no setor, abrindo cursos gratuitos e até pintando uma máquina de rosa para simbolizar essa mudança.
"Foi um sucesso! Muitas mulheres se inscreveram, e duas delas que fizeram o curso hoje já estão empregadas", conta, orgulhosa.Olívia também enfrentou desafios técnicos e práticos no dia a dia da operação. Em uma ocasião, precisou operar uma máquina em um terreno acidentado para abrir o caminho de uma estrada. O serviço, que estava previsto para durar dois dias, foi concluído em uma manhã. Quem a contratou ficou impressionado e, desde então, nunca mais deixou de chamá-la. Seu próximo objetivo? Aprender a operar motoniveladora e, no futuro, ter sua própria máquina. "Quem entra nesse setor não quer mais sair. A gente descobre que é capaz de muito mais do que imaginava", conclui.
Olívia também compartilha uma dica valiosa para todas as mulheres: nunca desistir em nenhum sentido. "Sempre vai haver essa dúvida quanto ao trabalho da mulher, mas isso é até bom porque, com comprometimento, as mulheres vão além e abrem caminho para novas mulheres."
Com histórias como as de Jéssica, Priscila e Olívia, fica claro que as mulheres não apenas fazem parte do setor de máquinas pesadas, mas estão transformando e inovando esse mercado todos os dias. E essa mudança está só começando.
Acompanha um pouco mais da história da Olivia Operadora Olivia🚜 (@operadora_olivia) • Fotos e vídeos do Instagram
Veja que bacana o passeio que demos com Olivia.
Essas histórias inspiradoras refletem o crescimento e a transformação que as mulheres estão trazendo para o setor de máquinas pesadas. O Desafio do Operador tem sido um termômetro dessa evolução, conquistando cada vez mais mulheres e fazendo parte de suas trajetórias de sucesso.
Encerramos este Mês da Mulher com chave de ouro, convidando todas as mulheres a participarem do Desafio do Operador deste ano. É uma oportunidade única para mostrar suas habilidades, aprender mais sobre o setor e se conectar com outras profissionais inspiradoras.
Inscreva-se agora no Desafio do Operador e faça parte dessa transformação!