5 min | 23/08/2021 | Matéria
Dia Internacional dos Povos Indígenas, criado pela ONU, reforça necessidade de respeito à cultura, costumes e crenças, além de preservação de direitos fundamentais
A sustentabilidade, termo tão badalado nos dias de hoje, tem nos povos indígenas seu principal expoente. Nossos ancestrais nos ensinam que ser sustentável não é apenas respeitar a natureza e buscar uma economia circular, mas saber conviver com as diferentes culturas, costumes e crenças. O mês de agosto reforça este compromisso que a sociedade deve ter para com os índios, do respeito mútuo e da preservação de direitos fundamentais.
O Dia Internacional dos Povos Indígenas, criado em 1995 pela Organização da Nações Unidas (ONU) e comemorado em 09 de agosto é uma data importante, que lembra a importância da inclusão dos povos indígenas nos direitos humanos. Mais que uma data no calendário do órgão internacional, a menção aos índios lembra que a busca pela convivência pacífica e de respeito mútuo deve nortear as relações de pessoas e empresas que têm, de alguma forma, contato com os povos indígenas.
Por trabalhar com clientes com forte atuação na região Norte do país, principalmente no segmento de mineração, a Sotreq reforça este compromisso de respeito à diversidade, às comunidades indígenas, com suas culturas e costumes. A empresa conta, inclusive, com colaboradores em seu quadro que têm descendência direta dos índios e que ajudam a difundir a importância da cultura e dos ensinamentos de respeito à natureza.
Uani Pantoja é uma dessas colaboradoras, que atua na administração de pessoal da filial de Belém da Sotreq. Natural de Tomé-Açu, município do Pará, é descendente de índios, com bisavó e avó paternas do povo Tembé. “São minhas raízes, de um povo que nos ensinaram e nos ensinam o real servir da mãe natureza e também sobre um modo de vida mais sustentável”, diz Uani.
Com toda a autoridade de quem conhece bem seu antepassado, ela afirma que os índios são como guardiões da natureza. “Deveríamos aprender ainda mais com eles, a proteger nossas florestas e animais com humildade e sabedoria, além de amar nosso solo sagrado. É o povo que carrega nossa história, são a nossa conexão com os ancestrais, nossa ligação com o antigo e o novo. Assim como uma árvore, um país também tem raízes. Orgulho em ter no meu sangue parte dessa história do meu país, amado Brasil!”, diz ela.
Como fornecedora de soluções para seus clientes, que incluem equipamentos, peças, serviços e tecnologias, a Sotreq não mantém um contato direto com os povos indígenas. O gerente regional Complexo CKS da Sotreq, Otávio Coelho, explica que todas as iniciativas e ações compensatórias são de responsabilidade do cliente, que atua na Floresta Nacional de Carajás como um Sponsor.
No entanto, ele afirma que, apesar de não ter a relação direta, é inevitável algumas interações. “Como exemplo trago a época de colheita da castanha do Pará, na qual os indígenas coletam e guardam as castanhas às margens da estrada de acesso a uma mina do cliente, na reserva de Tapirapé Aquiri. Todos os usuários da estrada respeitam a colheita dos índios e não se apossam das frutas”, compartilha Otávio.
A região coberta pela filial de Parauapebas da Sotreq é predominantemente de mineração. São sites devidamente autorizados pelas autoridades competentes, de forma que as terras demarcadas para os indígenas sejam preservadas na região Norte. As futuras minas na região, considerada “a nova fronteira para o negócio de mineração”, seguem os mesmos critérios.
Assim, o desenvolvimento econômico da região seguirá o respeito à natureza, aos povos e às diferenças, preceitos tão naturalmente ensinados pelos índios. Eles são hoje cerca de 370 milhões no mundo, vivendo em cerca de 90 países, segundo dados da Funai. O censo do IBGE de 2010 apontou uma população de 896 mil indígenas, em todos os estados brasileiros, de 305 diferentes etnias.